
Lado a Lado foi uma telenovela brasileira produzida pela Rede Globo no horário das 18 horas. Escrita por João Ximenes Braga e Cláudia Lage com a colaboração de Chico Soares, Douglas Tourinho, Fernando Rebello, Jackie Vellego, Maria Camargo e Nina Crintzs, supervisão de texto de Gilberto Braga. Teve direção de Vinícius Coimbra, Cristiano Marques, André Câmara, Noa Bressane e Dennis Carvalho. Estrelando Camila Pitanga, Lázaro Ramos, Marjorie Estiano, Thiago Fragoso, Patrícia Pillar, Alessandra Negrini, Maria Padilha, Paulo Betti, Milton Gonçalves, Beatriz Segall, Werner Schünemann, Cássio Gabus Mendes, Bia Seidl e Zezeh Barbosa nos papéis principais. Foi exibida entre 10 de Setembro 2012 e 08 de Março de 2013, em 154 capítulos, substituindo Amor Eterno Amor.
A sólida amizade de Laura e Isabel, duas mulheres de classes sociais diferentes, que lutam por seus amores, desejos e independência. Laura, filha de ex-barões do café, e Isabel, jovem negra, pobre e trabalhadora, se conhecem na igreja, enquanto aguardam seus futuros maridos para subir ao altar. Ali, entre meias confidências, nasce uma amizade genuína entre as duas, que perpassa toda a trama. Enquanto Isabel espera ansiosa e feliz pela chegada do noivo Zé Maria, convicta de que é isso que quer para sua vida, Laura não esconde suas dúvidas e temores diante de um casamento que não deseja: ela vai se casar com Edgar contra sua vontade, já que o que gostaria mesmo é de estudar e trabalhar para ser independente e, um dia, tornar-se escritora. Desejos que não correspondem ao papel imposto para as mulheres da época e, portanto, incompreendidos pela sociedade. Laura e Edgar ficaram noivos muito jovens, pouco antes de ele ir para Portugal estudar Direito. Ao longo de quatros anos de separação, já não se amam mais, mas não têm coragem de romper o compromisso, receando magoar um ao outro. Interessada na aproximação de sua família com a família de Edgar, filho de um senador da República, a ex-baronesa Constância, mãe de Laura, fez o que pôde para manter esse noivado, como enviar poemas e presentes para o rapaz como se fosse Laura. Os jovens se casam sem amor, mas vão encontrando muitas afinidades até se descobrirem apaixonados.
A felicidade do casal, porém, é interrompida por uma carta da cantora lírica Catarina, com quem Edgar viveu um romance em Portugal. Ela conta que os dois tiveram uma filha, Melissa, e que o bebê está muito doente. Edgar viaja para Portugal para acudir a menina. Logo após a partida, Laura descobre que está grávida. Abalada e sofrendo muito sem notícias do marido, ela acaba perdendo a criança. Edgar retorna ao Brasil com Catarina e Melissa, para que a filha tenha a assistência paterna. Catarina trama vários planos para separar o ex-amante de Laura, levantando suspeitas sobre a fidelidade dele. Laura pede o divórcio, um escândalo para a época, e vai embora do Rio de Janeiro, voltando à cidade seis anos depois. Por coincidência, ela se torna professora na escola de Melissa, que se tornou uma criança frágil, que inspira cuidados. Laura se afeiçoa à menina, sem saber que ela é filha de Edgar. Quando os dois se reencontram, percebem que ainda se amam. Laura, no entanto, em nome de sua independência, não quer voltar a morar com o ex-marido no momento. O divórcio de Edgar e Laura se torna público depois que ela volta à cidade, e Laura perde o emprego de professora. Com o tempo, passa a atuar como jornalista, escrevendo com o pseudônimo de Paulo Lima. Paralelamente, Edgar exerce a mesma atividade, e também assina seus artigos e reportagens com outro nome. Um admira os artigos do outro, sem desconfiar dos nomes falsos. Quando Laura descobre que Edgar é o autor dos textos que tanto a fascinam, os dois superam a crise, revogam o pedido de divórcio e voltam a viver juntos. Depois de cometer várias maldades, Catarina, que se envolvera com Fernando, o irmão inescrupuloso de Edgar, é presa no fim da trama. A polícia descobre que ela é a responsável pelo incêndio criminoso que atingiu a escola do morro da Providência e que colocou sua própria filha em perigo. Isabel é negra, filha de um ex-escravo, o barbeiro Seu Afonso. Trabalha desde os 14 anos na casa de Madame Besançon, que a ensinou a falar francês, e mora com o pai em um cortiço, núcleo dos personagens pobres da novela. Zé Maria também é um dos moradores do local. Homem íntegro e justo, trabalha com Seu Afonso na barbearia, sendo conhecido como Zé Navalha. Ele não hesita em defender seus direitos, especialmente em uma sociedade ainda extremamente preconceituosa com os negros.
A ficção reconstitui a realidade ao encenar o “bota abaixo”, quando inúmeros cortiços foram demolidos por ordem do prefeito Pereira Passos para a execução de um plano de reforma do espaço urbano da então capital federal. No dia do casamento, Zé Maria se envolve em um confronto com policiais para defender os moradores do cortiço onde mora, e é levado preso, com o agravante de ter usado a capoeira, prática proibida na época, para enfrentar a polícia. Zé Maria é exímio capoeirista, mas não pratica em prejuízo de ninguém, apenas como manifestação genuína de sua cultura. Como a capoeira está associada à bandidagem, ele é mantido preso. Sem notícias do que pode ter acontecido com o noivo, Isabel volta para casa desolada, e tem mais um dissabor ao descobrir que ela e o pai, assim como vários moradores, não têm mais casa. Todos vão morar no morro da Providência, no centro do Rio, a primeira favela surgida na cidade. Certa de que Zé Maria a abandonou, Isabel é seduzida por Albertinho, filho de Constância, com quem tem sua primeira noite de amor. Quando Zé sai da cadeia e vai à procura de sua amada, descobre que ela está esperando um filho, e rompe a relação. Isabel também é rejeitada pelo pai, que não aceita a desonra da filha. Meses se passam e Isabel dá à luz o filho de Albertinho. Constância, que nunca aprovou essa história, arma um plano para que a moça pense que seu filho nasceu morto. Sofrendo muito, Isabel decide embarcar para a França, onde se torna uma dançarina bem-sucedida. Elias, seu filho, é criado no morro da Providência, perto do avô, sem que ninguém saiba que é o filho de Isabel. Já Zé Maria, para esquecer Isabel, alista-se na Marinha do Brasil, tendo atuação relevante na Revolta da Chibata. De volta ao Brasil, com uma bem-sucedida carreira de dançarina na Europa, Isabel reencontra Zé Maria, e os dois retomam o romance. Isabel brilha no palco do Teatro Alheira com seu show de samba, mas Zé, desempregado, sente-se diminuído, e incomodado com o sucesso da amada. Quando consegue um emprego num jornal, ele pede Isabel em casamento.
A essa altura, Isabel descobre que seu filho está vivo. Sabendo que terá de se aproximar de Albertinho, o pai do menino, ela rompe o noivado com Zé Maria, para poupá-lo do incômodo de ter de conviver com o janota. Zé Maria inicia um romance com a médica Fátima, enquanto Isabel tenta conquistar o filho que, a essa altura, já foi “envenenado” por Constância contra ela. A refinada avó de Elias se afeiçoa de verdade ao menino, ainda que continue preconceituosa em relação aos negros, e tenta fazer com que ele rejeite a mãe. Zé Maria e Isabel reatam a relação e se casam em uma cerimônia no morro da Providência. Albertinho, por sua vez, após deixar-se conduzir pela mãe durante toda a trama, pede perdão a Elias por tê-lo rejeitado como filho, arruma um emprego e reconstrói sua vida. A ex-baronesa Constância, casada com Assunção, é uma mãe dominadora, que sufoca a filha, Laura, e mima o filho, Albertinho. Ela passa por cima dos sentimentos de todos em prol do que considera o melhor para sua família. Não aceita o jeito "revolucionário" da filha, por exemplo, não vendo com bons olhos que a jovem, recém-formada no curso Normal, goste de dar aulas. Constância quer ver Laura casada com Edgar, um rapaz rico, filho de senador da República, o que pode significar a nova ascensão social de sua família, que um dia viveu o apogeu do café. Além da perda do título de nobreza, a família experimenta a decadência financeira. A escravidão chegou ao fim, mas, para Constância, negros e brancos não podem conviver em harmonia. Preconceituosa, ela não permite que sua filha tenha amizade com Isabel, uma negra que não nasceu no mesmo berço de ouro de suas origens. Muito menos ter um neto negro. Ela, no entanto, acaba se afeiçoando a Elias, e tenta jogá-lo contra a mãe. Constância tem vários embates com Isabel, que transformou em uma inimiga. Afonso e Zé Maria tentam alertar Elias sobre o caráter da ex-baronesa, mas o menino, encantado com os mimos da avó, insiste em se relacionar com ela.
Constância também não dá trégua para Laura, a ponto de internar a filha num sanatório. A vilã descobre que Laura é o jornalista Paulo Lima, e que ela vai escrever uma matéria sobre corrupção no judiciário, denunciando como um dos beneficiários do esquema o promotor que decidirá se Constância será acusada no caso do sequestro do filho de Isabel quando ele nasceu. Constância havia subornado o promotor. Durante uma discussão na rua, Laura é atropelada, e a mãe a interna, para que a verdade não seja revelada. Depois que todas suas maldades vêm à tona e que Assunção descobre seu caso amoroso com o jovem sedutor Umberto, amigo de Albertinho, Constância tem o que merece: a pobreza e a solidão. Nem o neto quer mais saber dela: após presenciar a forma humilhante como ela trata um amiguinho seu, negro como ele, Elias cai em si. O marido manda-a viver em uma fazenda longínqua, sem dinheiro algum, distante de todo o glamour a que estava acostumada. Com o fim da Monarquia e a chegada da República, a cidade do Rio de Janeiro passa por grandes transformações. O senador Bonifácio, pai de Edgar e empresário de sucesso, tenta tirar o melhor proveito do novo regime. Ele se beneficia da modernização da cidade, entrando como sócio em uma companhia de bondes ou negociando terrenos que comprou no passado, por um valor irrisório, da família de Constância, de quem não hesita em tirar vantagem. Disposto a se dedicar mais à carreira política, o senador quer ver Edgar, seu primogênito, assumindo os negócios da família. Fernando, o filho mais novo, não tem o menor interesse por trabalho ou estudos, e sua única vocação é o futebol, esporte que está sendo introduzido no Brasil. O ardiloso senador Bonifácio é casado com Margarida, mas tem várias amantes. Ao longo da história, vem à tona que Fernando é filho bastardo dele com uma escrava alforriada.
Os primeiros anos da República trazem a modernidade para o Rio de Janeiro, levando a elite local a reproduzir o modo de vida parisiense. A cidade ganha grandes avenidas, cafés, confeitarias e magazines. Não há mais lugar para as insalubres moradias coletivas, e os cortiços são derrubados, deixando os moradores sem teto. Sem ter para onde ir, Isabel, Seu Afonso, Jurema, Berenice, Caniço e o próprio Zé Maria passam a viver no Morro da Providência, a primeira favela a se formar na cidade. A casa de tia Jurema, como é carinhosamente chamada, é o "coração" do morro. É lá que o povo se junta para animadas rodas de samba, comer e festejar a vida. Berenice sempre invejou Isabel, cobiçando tudo o que a outra tem, desde sua beleza até o amor de Zé Maria. Ao longo da história, ela arma mil ardis para atrapalhar a vida de Isabel. Inclusive aliar-se a Constância para roubar o filho da dançarina. A mulata se envolve com Caniço, mas sonha com ascensão, passando a ter um caso com o senador Bonifácio. No fim da trama, morre ao cair de um barranco na favela, enquanto disputa com a irmã, Zenaide, a posse de joias que havia ganho do senador. Caniço, amigo de Zé Maria e capoeirista como ele, percorre um caminho oposto ao do protagonista ao longo da trama. Ele se torna um bandido, que usa a capoeira para causas nada nobres. A determinada altura da trama, Caniço passa a trabalhar para o senador Bonifácio Vieira que, após passar para a oposição, se envolve em uma conspiração para derrubar o governo, remunerando os capoeiras para se infiltrar e promover arruaças nas manifestações de rua, como a Revolta da Vacina. Zé Maria descobre a real motivação de Caniço em participar do movimento, e torna pública a armação do senador, que fica com sua reputação abalada. Após lutarem capoeira juntos para defender o povo, Zé Maria e Caniço viram inimigos e passam a se enfrentar. No final da história, Zé Maria ajuda o delegado Praxedes a prender Caniço, que vinha usando crianças do morro como cúmplices no roubo de joalherias da cidade. O sonho de Mário Cavalcanti de ter o seu próprio teatro se concretiza na rua do Ouvidor, centro cultural e econômico da capital da República. O Teatro Alheira vira o palco onde Diva Celeste, famosa atriz cômica, passa a brilhar novamente. Diva é disputada por Mário e Frederico, o galã da companhia teatral. O núcleo fica ainda mais agitado com as peripécias do contrarregra Quequé e da camareira Neusinha, cuja ambição é tomar o lugar de Diva e tornar-se a estrela do Alheira. Diva é mãe de Luciano, que pensa que seu pai é Mário. No final da trama, porém, ele descobre que é filho de Frederico. No passado, Diva se envolveu com os dois e, após perceber que era Mário que amava, ficou com ele. A essa altura, porém, estava grávida de Frederico, e escondeu o segredo. A atriz é perdoada por todos, que terminam juntos e felizes, unidos como grandes amigos.
●• SINOPSE •●
A sólida amizade de Laura e Isabel, duas mulheres de classes sociais diferentes, que lutam por seus amores, desejos e independência. Laura, filha de ex-barões do café, e Isabel, jovem negra, pobre e trabalhadora, se conhecem na igreja, enquanto aguardam seus futuros maridos para subir ao altar. Ali, entre meias confidências, nasce uma amizade genuína entre as duas, que perpassa toda a trama. Enquanto Isabel espera ansiosa e feliz pela chegada do noivo Zé Maria, convicta de que é isso que quer para sua vida, Laura não esconde suas dúvidas e temores diante de um casamento que não deseja: ela vai se casar com Edgar contra sua vontade, já que o que gostaria mesmo é de estudar e trabalhar para ser independente e, um dia, tornar-se escritora. Desejos que não correspondem ao papel imposto para as mulheres da época e, portanto, incompreendidos pela sociedade. Laura e Edgar ficaram noivos muito jovens, pouco antes de ele ir para Portugal estudar Direito. Ao longo de quatros anos de separação, já não se amam mais, mas não têm coragem de romper o compromisso, receando magoar um ao outro. Interessada na aproximação de sua família com a família de Edgar, filho de um senador da República, a ex-baronesa Constância, mãe de Laura, fez o que pôde para manter esse noivado, como enviar poemas e presentes para o rapaz como se fosse Laura. Os jovens se casam sem amor, mas vão encontrando muitas afinidades até se descobrirem apaixonados.
A felicidade do casal, porém, é interrompida por uma carta da cantora lírica Catarina, com quem Edgar viveu um romance em Portugal. Ela conta que os dois tiveram uma filha, Melissa, e que o bebê está muito doente. Edgar viaja para Portugal para acudir a menina. Logo após a partida, Laura descobre que está grávida. Abalada e sofrendo muito sem notícias do marido, ela acaba perdendo a criança. Edgar retorna ao Brasil com Catarina e Melissa, para que a filha tenha a assistência paterna. Catarina trama vários planos para separar o ex-amante de Laura, levantando suspeitas sobre a fidelidade dele. Laura pede o divórcio, um escândalo para a época, e vai embora do Rio de Janeiro, voltando à cidade seis anos depois. Por coincidência, ela se torna professora na escola de Melissa, que se tornou uma criança frágil, que inspira cuidados. Laura se afeiçoa à menina, sem saber que ela é filha de Edgar. Quando os dois se reencontram, percebem que ainda se amam. Laura, no entanto, em nome de sua independência, não quer voltar a morar com o ex-marido no momento. O divórcio de Edgar e Laura se torna público depois que ela volta à cidade, e Laura perde o emprego de professora. Com o tempo, passa a atuar como jornalista, escrevendo com o pseudônimo de Paulo Lima. Paralelamente, Edgar exerce a mesma atividade, e também assina seus artigos e reportagens com outro nome. Um admira os artigos do outro, sem desconfiar dos nomes falsos. Quando Laura descobre que Edgar é o autor dos textos que tanto a fascinam, os dois superam a crise, revogam o pedido de divórcio e voltam a viver juntos. Depois de cometer várias maldades, Catarina, que se envolvera com Fernando, o irmão inescrupuloso de Edgar, é presa no fim da trama. A polícia descobre que ela é a responsável pelo incêndio criminoso que atingiu a escola do morro da Providência e que colocou sua própria filha em perigo. Isabel é negra, filha de um ex-escravo, o barbeiro Seu Afonso. Trabalha desde os 14 anos na casa de Madame Besançon, que a ensinou a falar francês, e mora com o pai em um cortiço, núcleo dos personagens pobres da novela. Zé Maria também é um dos moradores do local. Homem íntegro e justo, trabalha com Seu Afonso na barbearia, sendo conhecido como Zé Navalha. Ele não hesita em defender seus direitos, especialmente em uma sociedade ainda extremamente preconceituosa com os negros.
A ficção reconstitui a realidade ao encenar o “bota abaixo”, quando inúmeros cortiços foram demolidos por ordem do prefeito Pereira Passos para a execução de um plano de reforma do espaço urbano da então capital federal. No dia do casamento, Zé Maria se envolve em um confronto com policiais para defender os moradores do cortiço onde mora, e é levado preso, com o agravante de ter usado a capoeira, prática proibida na época, para enfrentar a polícia. Zé Maria é exímio capoeirista, mas não pratica em prejuízo de ninguém, apenas como manifestação genuína de sua cultura. Como a capoeira está associada à bandidagem, ele é mantido preso. Sem notícias do que pode ter acontecido com o noivo, Isabel volta para casa desolada, e tem mais um dissabor ao descobrir que ela e o pai, assim como vários moradores, não têm mais casa. Todos vão morar no morro da Providência, no centro do Rio, a primeira favela surgida na cidade. Certa de que Zé Maria a abandonou, Isabel é seduzida por Albertinho, filho de Constância, com quem tem sua primeira noite de amor. Quando Zé sai da cadeia e vai à procura de sua amada, descobre que ela está esperando um filho, e rompe a relação. Isabel também é rejeitada pelo pai, que não aceita a desonra da filha. Meses se passam e Isabel dá à luz o filho de Albertinho. Constância, que nunca aprovou essa história, arma um plano para que a moça pense que seu filho nasceu morto. Sofrendo muito, Isabel decide embarcar para a França, onde se torna uma dançarina bem-sucedida. Elias, seu filho, é criado no morro da Providência, perto do avô, sem que ninguém saiba que é o filho de Isabel. Já Zé Maria, para esquecer Isabel, alista-se na Marinha do Brasil, tendo atuação relevante na Revolta da Chibata. De volta ao Brasil, com uma bem-sucedida carreira de dançarina na Europa, Isabel reencontra Zé Maria, e os dois retomam o romance. Isabel brilha no palco do Teatro Alheira com seu show de samba, mas Zé, desempregado, sente-se diminuído, e incomodado com o sucesso da amada. Quando consegue um emprego num jornal, ele pede Isabel em casamento.
A essa altura, Isabel descobre que seu filho está vivo. Sabendo que terá de se aproximar de Albertinho, o pai do menino, ela rompe o noivado com Zé Maria, para poupá-lo do incômodo de ter de conviver com o janota. Zé Maria inicia um romance com a médica Fátima, enquanto Isabel tenta conquistar o filho que, a essa altura, já foi “envenenado” por Constância contra ela. A refinada avó de Elias se afeiçoa de verdade ao menino, ainda que continue preconceituosa em relação aos negros, e tenta fazer com que ele rejeite a mãe. Zé Maria e Isabel reatam a relação e se casam em uma cerimônia no morro da Providência. Albertinho, por sua vez, após deixar-se conduzir pela mãe durante toda a trama, pede perdão a Elias por tê-lo rejeitado como filho, arruma um emprego e reconstrói sua vida. A ex-baronesa Constância, casada com Assunção, é uma mãe dominadora, que sufoca a filha, Laura, e mima o filho, Albertinho. Ela passa por cima dos sentimentos de todos em prol do que considera o melhor para sua família. Não aceita o jeito "revolucionário" da filha, por exemplo, não vendo com bons olhos que a jovem, recém-formada no curso Normal, goste de dar aulas. Constância quer ver Laura casada com Edgar, um rapaz rico, filho de senador da República, o que pode significar a nova ascensão social de sua família, que um dia viveu o apogeu do café. Além da perda do título de nobreza, a família experimenta a decadência financeira. A escravidão chegou ao fim, mas, para Constância, negros e brancos não podem conviver em harmonia. Preconceituosa, ela não permite que sua filha tenha amizade com Isabel, uma negra que não nasceu no mesmo berço de ouro de suas origens. Muito menos ter um neto negro. Ela, no entanto, acaba se afeiçoando a Elias, e tenta jogá-lo contra a mãe. Constância tem vários embates com Isabel, que transformou em uma inimiga. Afonso e Zé Maria tentam alertar Elias sobre o caráter da ex-baronesa, mas o menino, encantado com os mimos da avó, insiste em se relacionar com ela.
Constância também não dá trégua para Laura, a ponto de internar a filha num sanatório. A vilã descobre que Laura é o jornalista Paulo Lima, e que ela vai escrever uma matéria sobre corrupção no judiciário, denunciando como um dos beneficiários do esquema o promotor que decidirá se Constância será acusada no caso do sequestro do filho de Isabel quando ele nasceu. Constância havia subornado o promotor. Durante uma discussão na rua, Laura é atropelada, e a mãe a interna, para que a verdade não seja revelada. Depois que todas suas maldades vêm à tona e que Assunção descobre seu caso amoroso com o jovem sedutor Umberto, amigo de Albertinho, Constância tem o que merece: a pobreza e a solidão. Nem o neto quer mais saber dela: após presenciar a forma humilhante como ela trata um amiguinho seu, negro como ele, Elias cai em si. O marido manda-a viver em uma fazenda longínqua, sem dinheiro algum, distante de todo o glamour a que estava acostumada. Com o fim da Monarquia e a chegada da República, a cidade do Rio de Janeiro passa por grandes transformações. O senador Bonifácio, pai de Edgar e empresário de sucesso, tenta tirar o melhor proveito do novo regime. Ele se beneficia da modernização da cidade, entrando como sócio em uma companhia de bondes ou negociando terrenos que comprou no passado, por um valor irrisório, da família de Constância, de quem não hesita em tirar vantagem. Disposto a se dedicar mais à carreira política, o senador quer ver Edgar, seu primogênito, assumindo os negócios da família. Fernando, o filho mais novo, não tem o menor interesse por trabalho ou estudos, e sua única vocação é o futebol, esporte que está sendo introduzido no Brasil. O ardiloso senador Bonifácio é casado com Margarida, mas tem várias amantes. Ao longo da história, vem à tona que Fernando é filho bastardo dele com uma escrava alforriada.
Os primeiros anos da República trazem a modernidade para o Rio de Janeiro, levando a elite local a reproduzir o modo de vida parisiense. A cidade ganha grandes avenidas, cafés, confeitarias e magazines. Não há mais lugar para as insalubres moradias coletivas, e os cortiços são derrubados, deixando os moradores sem teto. Sem ter para onde ir, Isabel, Seu Afonso, Jurema, Berenice, Caniço e o próprio Zé Maria passam a viver no Morro da Providência, a primeira favela a se formar na cidade. A casa de tia Jurema, como é carinhosamente chamada, é o "coração" do morro. É lá que o povo se junta para animadas rodas de samba, comer e festejar a vida. Berenice sempre invejou Isabel, cobiçando tudo o que a outra tem, desde sua beleza até o amor de Zé Maria. Ao longo da história, ela arma mil ardis para atrapalhar a vida de Isabel. Inclusive aliar-se a Constância para roubar o filho da dançarina. A mulata se envolve com Caniço, mas sonha com ascensão, passando a ter um caso com o senador Bonifácio. No fim da trama, morre ao cair de um barranco na favela, enquanto disputa com a irmã, Zenaide, a posse de joias que havia ganho do senador. Caniço, amigo de Zé Maria e capoeirista como ele, percorre um caminho oposto ao do protagonista ao longo da trama. Ele se torna um bandido, que usa a capoeira para causas nada nobres. A determinada altura da trama, Caniço passa a trabalhar para o senador Bonifácio Vieira que, após passar para a oposição, se envolve em uma conspiração para derrubar o governo, remunerando os capoeiras para se infiltrar e promover arruaças nas manifestações de rua, como a Revolta da Vacina. Zé Maria descobre a real motivação de Caniço em participar do movimento, e torna pública a armação do senador, que fica com sua reputação abalada. Após lutarem capoeira juntos para defender o povo, Zé Maria e Caniço viram inimigos e passam a se enfrentar. No final da história, Zé Maria ajuda o delegado Praxedes a prender Caniço, que vinha usando crianças do morro como cúmplices no roubo de joalherias da cidade. O sonho de Mário Cavalcanti de ter o seu próprio teatro se concretiza na rua do Ouvidor, centro cultural e econômico da capital da República. O Teatro Alheira vira o palco onde Diva Celeste, famosa atriz cômica, passa a brilhar novamente. Diva é disputada por Mário e Frederico, o galã da companhia teatral. O núcleo fica ainda mais agitado com as peripécias do contrarregra Quequé e da camareira Neusinha, cuja ambição é tomar o lugar de Diva e tornar-se a estrela do Alheira. Diva é mãe de Luciano, que pensa que seu pai é Mário. No final da trama, porém, ele descobre que é filho de Frederico. No passado, Diva se envolveu com os dois e, após perceber que era Mário que amava, ficou com ele. A essa altura, porém, estava grávida de Frederico, e escondeu o segredo. A atriz é perdoada por todos, que terminam juntos e felizes, unidos como grandes amigos.
●• ELENCO •●
- Ady Salgado - Dona Dionísia
- Álamo Facó - Quequé
- Ana Carbatti - Zenaide
- Ana Paula Lopes - Luzia
- André Arteche - Luciano Celeste Buarque
- Andréa Cavalcanti - Hilda
- Anna Sophia Folch - Heloísa
- Bia Seidl - Margarida Lemos Vieira
- Caio Blat - Fernando Lemos Vieira
- Camila Pitanga - Isabel Nascimento Silva
- Cassiano Gabus Mendes - Patriarca da Família Vieira
- Cássio Gabus Mendes - Bonifácio Vieira
- César Mello - Chico (Francisco dos Anjos)
- Christiana Guinle - Carlota Camargo Passos
- Christovam Netto - Ciço
- Cláudio Tovar - Padre Olegário
- Daniel Dalcin - Teodoro Lopes de Freitas
- Daniel Marques - Paiva
- Débora Duarte - Eulália Praxedes
- Dudu Sandroni - Senador Laranjeiras
- Emílio de Mello - Carlos Guerra
- Eunice Bráulio - Dona Rita
- Flávia Tolledo - Judite
- George Sauma - Jonas
- Guilherme Piva - Delegado Heráclito Praxedes
- Gustavo Genton - Oliveira
- Gustavo Machado - Suzano
- Hélio Ribeiro - Sr. Conrando
- Herbert Richers Jr. - D'ambroise
- Isabela Garcia - Celinha (Célia Camargo)
- Ítalo Sasso - Almeidinha
- Jhé Oliveira - Inácio
- Joana Seibel - Gisele Laranjeiras
- José Victor Castiel - Comendador Xavier Pessoa
- Juliana Knust - Fátima
- Juliane Araújo - Alice de Bragança Passos
- Júlio Levy - Seu Veronese
- Jurema Reis - Gilda
- Klébber Toledo - Umberto Pontes Ferraz
- Laís Vieira - Etelvina
- Lázaro Ramos - Zé Maria (José Maria dos Santos)
- Lionel Fisher - Dr.Coutinho
- Lolô de Souza Pinto - Emília Lopes de Freitas
- Luciano Chirolli - Oswaldo
- Luísa Friese - Matilde
- Luísa Hélio Ribeiro - Sr. Conrando
- Majorie Estiano - Laura Assunção Vieira
- Marcello Melo Jr. - Caniço
- Márcio Ehrlich - Temístocles Lopes de Freitas
- Marcos Ácher - Rodrigues
- Maria Clara Gueiros - Neusinha Soares (Jacqueline Duvivier)
- Maria Eduarda de Carvalho - Eliete
- Maria Padilha - Diva Celeste
- Maria Pinna - Geisa
- Paulo Betti - Mário Cavalcanti
- Priscila Sol - Sandra Praxedes
- Rafael Cardoso - Albertinho (Alberto Assunção Filho)
- Rhaísa Batista - Esther Vieira
- Rodrigo Oiye - Jun Murakami
- Rogério Freitas - Haroldo
- Romis Ferreira - Luiz Neto
- Rui Ricardo Díaz - Percival
- Saulo Rodrigues - Noel
- Sheron Menezzes - Berenice
- Susana Ribeiro - Teresa Praxedes
- Thiago Amaral - Gustavo Nóbrega de Medeiros
- Thiago Fragoso - Edgar Lemos Vieira
- Tião D'Ávila - Isidoro
- Tuca Andrada - Frederico Martins
- Werner Schünemann - Dr. Alberto Assunção
- William Vita - Igor Fernandes
- Zezeh Barbosa - Tia Jurema
●• AS CRIANÇAS •●
- Ana Luiza Abreu - Madá
- Cauê Campos - Elias
- Eliz David - Melissa Ribeiro Vieira
- Jorge Amorim - Olavo
- Márcio Rangel - Vilmar
- Zeca Gurgel - Tião
●• PARTICIPAÇÃO ESPECIAL •●
- Antônio Pitanga - Túlio
- Beatriz Segall - Madame Bensançon
- Elisa Lucinda - Norma
- Milton Gonçalves - Seu Afonso Nascimento
- Rogéria Astolfo - Alzira Celeste
●• ATRIZES CONVIDADAS •●
- Alessandra Negrini - Catarina Ribeiro
- Maria Fernanda Cândido - Jeanett Dórleac
- Cassiano Gabus Mendes como Patriarca Vieira
- Patrícia Pillar como Baronesa da Boa Vista Constância Camargo Assunção